quinta-feira, 26 de março de 2020

Japão se prepara para eventual declaração de emergência por coronavírus

Abe pode declarar emergência se a doença representar um "grave perigo"
Primeiro-ministro do Japão

O Japão está instalando nesta quinta-feira (26) uma nova força-tarefa de medidas contra o novo coronavírus, em meio a preparativos para uma eventual declaração de estado de emergência no país, informou a agência de notícias Kyodo, depois que a capital Tóquio viu um aumento acentuado nos casos de covid-19 nesta semana.

O secretário-chefe do gabinete, Yoshihide Suga, disse em entrevista coletiva que agora é um "momento muito importante" para o Japão evitar um aumento na propagação do vírus.

De acordo com uma lei revisada este mês, o primeiro-ministro Shinzo Abe pode declarar estado de emergência se a doença representar um "grave perigo" para a vida da população e se sua rápida disseminação ameaçar a economia. O coronavírus aumentou o risco de recessão no Japão.

"Eu disse ao primeiro-ministro que existe um alto risco de que o coronavírus se espalhe amplamente", disse o ministro da Saúde, Katsunobu Kato, a repórteres depois de uma reunião com Abe e o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura.

Mas o governo não estava considerando declarar um estado de emergência no momento, disse Nishimura.

O Japão tem atualmente mais de 1.310 casos de coronavírus, sem contar 712 passageiros e tripulantes do navio de cruzeiro Diamond Princess, informou a emissora NHK. Houve 45 mortes, além de 10 do navio.

Se um estado de emergência for declarado, os governadores das províncias mais atingidas poderão tomar medidas como pedir às pessoas que fiquem em casa, fechar escolas e outros estabelecimentos públicos e cancelar grandes eventos.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e o governo japonês concordaram na terça-feira em adiar os Jogos de Tóquio para 2021, depois de alguns países terem dito que não enviariam atletas devido à pandemia.

Mesmo se um estado de emergência for declarado, os especialistas notaram que não há penalidades por ignorar a maioria das instruções das autoridades locais. Mas a declaração colocaria pressão adicional sobre as pessoas e empresas para obedecer as determinações.
Fonte: Alternativa com Reuters
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