terça-feira, 7 de abril de 2020

Estado de emergência no Japão: veja o que muda nas províncias afetadas

Premiê japonês declarou emergência para sete províncias durante um mês
Estado de emergência no Japão

O primeiro-ministro Shinzo Abe declarou nesta terça-feira (7) estado de emergência para sete províncias japonesas por um mês.

Segundo informações da emissora NHK, estão na lista as províncias de Tóquio, Kanagawa, Saitama, Chiba, Osaka, Hyogo e Fukuoka, por serem as localidades com mais casos crescentes de contaminação pelo novo coronavírus.

“Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, neste momento de crise, para salvar vidas. Gostaria de pedir a colaboração da nação para que possamos superar essa fase difícil unidos”, disse Abe durante coletiva de imprensa, realizada na noite desta terça-feira.

O estado de emergência estará valendo até o dia 6 de maio, quando se encerra o feriado prolongado de Golden Week.

Moradores das províncias listadas devem evitar saídas desnecessárias, como passeios noturnos ou aos fins de semana. A população poderá, no entanto, ir e vir do trabalho, comprar alimentos e se consultar em hospitais locais quando necessário.

Veja quais serão as determinações durante os próximos 30 dias:

Escolas e eventos
As províncias em emergência podem solicitar a suspensão de escolas e cancelamento de eventos. Locais de aglomeração devem ter uso limitado durante este período.

O pedido de suspensão deve valer para escolas primárias, ginasiais e de ensino médio, creches, e os "day services" (serviços de um dia de bem-estar aos idosos). Locais com mais de 1000 m², como cinemas, teatros, lojas de departamento, hotéis, clubes noturnos, ginásios esportivos, bibliotecas e museus, devem ter uso limitado ou suspenso.

Supermercados e farmácias, que fornecem produtos essenciais, devem continuar abertos normalmente. Talvez haja limitação do horário de funcionamento ou um horário reservado apenas para as compras dos idosos.

Os estabelecimentos e instituições que não cumprirem o pedido devem receber instruções diretas do governo e terão os nomes divulgados em uma página oficial.

Segundo informações da NHK, não haverá aplicação de multas e o objetivo de divulgar os nomes é fornecer a população informações sobre o que estará fechado ou com funcionamento limitado.

Serviços básicos
Os serviços básicos como fornecimento de luz, água e gás não serão afetados pelo estado de emergência. O governo deve garantir que as empresas responsáveis por esses serviços continuem operando de forma estável.

O mesmo vale para o serviço de correio nacional, internet e telefone. O correio internacional acabou afetado pela redução de voos e os correios do Japão não estão enviando encomendas por via aérea para 73 países, incluindo o Brasil.

Transporte público
As linhas de trem e de ônibus devem continuar em operação durante o período de emergência. O mesmo vale para as companhias aéreas ainda em operação e as rodovias.

Não haverá determinações para que o transporte público seja suspenso ou limitado. Porém, é possível que muitas empresas decidam diminuir as linhas por causa do número reduzido de passageiros.

Medidas agressivas
Durante o estado de emergência, o governo pode tomar medidas mais agressivas para garantir o necessário para o tratamento de saúde dos infectados. O governo poderá utilizar propriedades privadas sem autorização para a instalação de hospitais de campanha e ordenar as fabricantes de itens médicos e transportadoras a fornecer e entregar os produtos necessários as instituições médicas.

O estado de emergência do Japão é diferente do bloqueio "lock down" adotado em outros países, com medidas de quarentena obrigatória. As determinações do governo japonês contam com a colaboração da população e não preveem punições aos indivíduos que não obedecerem.

Para as empresas que receberem ordem de venda ou serviços para os hospitais, poderá haver multa ou prisão no caso de descumprimento.
Fonte: Alternativa
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